As mudanças climáticas vão acabar com seu vinho favorito
Mudanças nos climas de países ao redor do mundo vão mudar a produção de uvas. Regiões tradicionais na França e na Itália devem ser impactadas.
EXAME.com (EXAME.com/)
São Paulo – As
consequências das mudanças
climáticas
são muitas. Mas uma delas pode assustar pessoas que antes não davam
tanta importância a isso. Por conta das mudanças em temperaturas e
outros níveis climáticos ao redor do mundo, muitos vinhos
podem perder qualidade.
Ao longo de séculos,
produtores encontraram locais propícios para a produção de vinhos.
Regiões da França, Itália e, mais recentemente, África do Sul e
Austrália foram identificadas como locais ideais — entre muitas
outras.
Um artigo publicado
recentemente no site The
Conversation, da Austrália, fala sobre como agricultores
do país estão se preparando para os impactos climáticos na
produção vinícola.
Uma tradicional área para
produção de vinhos no país, o Vale McLaren, já sofre com
mudanças. As temperaturas ficaram mais extremas e o nível de
pluviosidade (quantidade de chuvas) vem caindo. Tudo isso em poucos
anos.
“As ondas de calor estão
queimando as uvas do Vale McLaren, isso deve piorar e os verões
serão menos confortáveis para todos. Verões secos aumentam as
chances de incêndios na periferia de nossas cidades na mesma medida
que limitam a complexidade dos sabores dos nossos vinhos”, escreveu
Douglas Bardsley, professor sênior de geografia,
meio-ambiente e populações, da Universidade de Adelaide.
Mudanças de regiões
Com as mudanças climáticas,
países que eram tradicionais produtores de vinhos não terão mais
um produto de alta qualidade. Um estudo de 2013 prevê que as regiões
tradicionais verão uma queda de dois terços em sua produção anual
de garrafas.
Entre as regiões impactadas
estarão Bordeaux e Ródano (ambas na França), Toscana (na Itália),
além de pedaços dos Estados Unidos e do Chile.
Com o aquecimento do planeta,
outras regiões passariam a ser propícias para o cultivo de uvas. O
mesmo estudo analisa que locais como Reino Unido, norte dos EUA e a
parte central da China passariam a ser polos de produção vinícola.
“O fato é que as mudanças
climáticas vão causar uma reorganização geográfica na produção
de vinhos”, disse Lee Hannah, líder do estudo, ao site inglês The
Guardian.
O fato é que a produção de
vinhos deve continuar, mesmo com as mudanças climáticas. Mas tudo
que especialistas sabem hoje, deve ir por água abaixo. Esqueça
aquela garrafa francesa ou italiana, o vinho do futuro virá de
outros lugares.
POR:
MATHEUS ARAÚJO
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